01/03/2021
Com a pandemia, muitas pessoas deixaram de ir a hospitais e unidades de pronto atendimento por medo do contágio pelo coronavírus. Sabendo disso, um estudante teve a ideia de levar o atendimento até os pacientes. Ele desenvolveu um projeto que transforma ônibus em clínicas móveis.
A proposta foi idealizada por Andre Zanolla, estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, em parceria com a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Batizada de Ônibus da Saúde, a unidade pode realizar vacinações, testes de covid-19 e outros atendimentos de baixa complexidade.
O projeto utiliza a estrutura de ônibus que saíram de circulação do transporte público. Ao Jornal da USP, Zanolla afirma que muitos desses veículos aposentados acabam virando sucata. “A ideia da plataforma é reaproveitar essa infraestrutura preexistente e torná-la um equipamento de saúde complementar de longa duração”, explica.
Cada unidade equipada tem um custo de aproximadamente R$ 200 mil, sem considerar impostos e equipamentos hospitalares. Já em circulação, a primeira unidade está atendendo funcionários de empresas clientes na região metropolitana de São Paulo. Segundo o estudante, alguns municípios já demonstraram interesse pelo projeto, e objetivo é oferecer os serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Além de ter uma estrutura móvel, as clínicas ambulantes foram projetadas para diminuir os riscos de contaminação entre profissionais e pacientes. Elas possuem, por exemplo, um sistema de recirculação e filtragem que ar que reduz a carga microbiana no ambiente.
A plataforma O-SI recebeu um prêmio no A’Design Awards, categoria War on Virus, que reconheceu iniciativas de combate à covid-19 ao redor do mundo. Também recebeu menção honrosa no 58º Prêmio Anual do IAB-RJ (Instituto de Arquitetos do Brasil) na categoria Reúso e Transformação de Estruturas, em 2020.
Segundo Zanolla, a expectativa é que o projeto continue gerando impactos no longo prazo, independentemente da pandemia. “Além das vacinas para combate à covid-19, podemos armazenar, distribuir e aplicar outros diversos tipos de vacinas do calendário de imunização nacional”, diz.
Fonte: Época Negócios